
Zeus e os amigos. Dia 12 | 14.09.2025 | Salónica
- Luis Bernardes
- 2 de out.
- 5 min de leitura
Domingo.
O pequeno-almoço ainda foi tomado na companhia de parte do grupo. Ainda de madrugada saíram alguns. De Salónica via vários pontos da Europa até Lisboa.
Ora então o que fazer. Sim, já tínhamos decidido no dia anterior. O dia de sábado, para além do que já vos contei, passei o dia a pensar o que fazer nos dias seguintes e onde jantar no domingo. A minha última noite. Por onde passava dizia à Margarida - “Este sítio é bom para jantarmos amanhã”. Disse umas cinco vezes.
Sobre o que fazer também foi vagueando nas ideias. Mas não sei bem a que altura do dia a decisão foi apanhar um barco e ir até uma praia perto. Na noite de sábado até “arrastei” umas quantas viajantes até ao porto para ter a certeza onde seria o embarque. Pelo final da tarde, junto à Torre Branca, tinha visto um cartaz com os percursos e horários dos barcos. Tirei foto para não me esquecer. Matutei e seria o barco que sai às 10h:30 do porto. Este barco pode-se apanhar ou no porto ou junto à Torre Branca, meia hora depois. O hotel fica perto do perto. Decisão tomada.
Voltemos ao domingo. Neste dia também iríamos mudar de hotel. Por uma confusão mudámos de hotel, mas mesmo para o hotel em frente. Bem melhor do que onde estávamos. Foi só deixar as malas, beber um café e seguir até ao Porto. No dia anterior também o Luis - futuro líder desta viagem - e já velho conhecido da viagem ao Irão, combinou juntar-se a nós. Passaríamos então a um novo grupo de três.
Rapidamente chegámos ao porto. Num instante chegou o nosso barco. Da empresa KARAVAKIA. É o Thessboat Express Water Bus. Não tínhamos comprado bilhetes. Dez paus para lá, dez paus para cá. Eu gosto sempre de comprar bilhetes pela Net. Mas sem stress. Tudo muito organizado. Entramos no barco e dirigimo-nos ao balcão que serve para vender bilhetes e passa a bar durante o trajeto. São 50 minutos. O barco tem dois andares. O tempo estava excelente. Fomos para o andar de cima. Tivemos uma perspetiva de Salónica vista do mar.
Para além de dois locais para apanhar o barco existem também dois percursos. Um vai a 3 praias outro a duas. Na realidade vai dar no mesmo. Ou seja, as praias são ao longo de uma marginal que se percorre facilmente a pé.
Saímos na primeira praia. Praia Nei Epivates. É domingo, tranquilo, mas com gente suficiente para animar os restaurantes de praia. Eu ansioso para dar um mergulho no mar Egeu. Caminhámos um pouco ao longo do passeio e decidimos entrar num bar, com bom aspeto e com acesso à areia e mar.
Ainda não eram horas para almoço. Eu pedi um Aperol. A minha bebida deste verão. Num minuto fui ao mar. Muito pouca gente no mar. Acho que não percebem a sorte que têm. A água é transparente e a uns 23 graus ou mais. Uma piscina com Salónica ao fundo. Muito bom. Mesmo muito bom. Soube-me pela Vida.
Depois do banho foi degustar o meu Aperol. Boa conversa e já agora onde iríamos almoçar. Não como muito, até muitas vezes passava sem comer, se pudesse, mas adoro estar à mesa. O sítio de almoçar ou jantar é sempre um tema da maior importância para mim.
O Luis gosta de pesquisar e ver as pontuações dos restaurantes. Bebidas tomadas, fomos andando olhando para o aspeto dos restaurantes, alguns com mesas na areia com o mar a 1 metro dos nossos pés. Aqui o mar é calmo e sereno. Percebemos que as mesas mais apetecíveis já estavam reservadas. Esta praia é calma, frequentada, principalmente por locais e como era domingo, com muitos almoços de família. Mais uns metros e decidimos que era mesmo aquele. Não tinha assim grande pontuação, segundo o Luis. Mas, comemos um bom peixinho, acompanhado por um branco ótimo.
Deu para desfrutar da vivência local, ver os filhos, as filhas, netos a chegarem para os seus almoços de família. Na praia crianças brincavam. Os casais, à sombra do seu chapéu de sol contemplavam o horizonte ou dormiam uma soneca. As gaivotas descansavam na água junto à areia. Nem se mexiam. Apanhavam sol com as patas de molho. Bela vida, esta, das gaivotas do Mar Egeu.
Depois de almoço caminhámos tranquilamente pela pequena marginal. Casas modestas, pequenos hotéis, lojas de praia e uma loja de máquinas de jogos. Fui tentar a sorte naquelas máquinas de tentar sacar um brinquedo. A minha tentativa demorou uns 5 segundos. Superada a desilusão, melhor mesmo era comer um gelado. Já estávamos junto do cais de embarque. Foi sentar e contemplar a praia enquanto comia o meu morango e baunilha.
A volta foi acompanhada, quase o tempo todo pelas nossas amigas gaivotas. Já tinham descansado o suficiente durante a tarde. Era altura de esticarem as asas e fazerem umas incríveis razias ao nosso barco. Obrigado, gaivotas! Deram-me umas fotos fantásticas.
No percurso do porto até ao hotel, voltámos a passar por um restaurante que já me tinha chamado a atenção nos dias anteriores. Por esta rua já tinha passado umas quantas, muitas, vezes. Nesta nova paragem ficou mesmo decidido na minha cabeça que o último jantar, que tinha de ser num sítio especial, seria mesmo no Mamalouka. Sítio giro, movimentado e frequentado também por gente gira. Eu não tinha era assim grande roupinha para este restaurante.
Duas horas depois de descansar o corpo na cama do hotel, aí vamos nós os três. Era domingo, achei que não seria necessário reservar. Para surpresa minha estava quase cheio, mas lá havia uma mesa para nós. As noites continuavam quentes e os Thesalónicos continuam a sair para jantar e vaguear pela marginal.
O jantar foi, mesmo, mesmo muito animado. Lamento, mas não me recordo o que comi. Mas estava ótimo. Tudo aqui é bom. O serviço excelente. O vinho branco grego e da região de Salónica, nunca me deixou ficar mal. A conversa foi muito boa.
Mesmo bem-dispostos e animados. Era o último jantar por terras gregas e tudo tinha corrido bem. Só havia mesmo que comemorar. Mas o melhor estava reservado para a sobremesa. Pedimos uma Galaktoboureko com baunilha e pistácios esmagados. Dá para 4 pessoas. Nós éramos 3 e eu o mais guloso. Fui ao céu. Foi mesmo acabar em beleza. A conta foi a mais cara da viagem, mas nada, nada mesmo de extraordinário. Valeu cada cêntimo.
A noite estava feita. Quase sem forças e a um passo de tartaruga regressámos ao hotel felizes da vida e prontos para dormir, uma última vez na Terra de Zeus.
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