Dia 6 | 23.04.2025 | Planeta Japão Quioto | Nara
- Luis Bernardes
- 25 de abr.
- 4 min de leitura
Visitas de estudo. Se existir um record no Guiness Book sobre visitas de estudo a medalha vai para o Japão, mas assim com uma margem gigantesca para o 2º classificado. Não estive em sitio nenhum em que não estivesse rodeado de miúdos de escolas em visita de estudo. Mas literalmente em todo o lado. Provavelmente será porque estamos a chegar à Golden Week, assim uma espécie de férias da Páscoa. As turmas dos mais novos distingem-se pela cor dos chapéus. Sempre com as professoras e professores a dar ordens e as crianças sempre atentas. E todos de farda. Até os motoristas das escolas, que acompanham também os miúdos vestem exatamente o mesmo fato. As turmas mais crescidas já não têm que usar o chapéu de cor. Também sempre de farda, estilo inglês e as miúdas, grande maioria com farda estilo marinheiro, vá-se lá saber porquê.
Hoje é mais um dia com o nosso Toshio. Ficou em Quioto. Daqui à sua casa ainda são duas horas e meia. Melhor ficar por Quioto. Logo cedo fomos até Nara. Fizemos a viagem de comboio. O comboio para Nara demora está todo decorado, por fora e por dentro com pinturas de Nara. A viagem de ida e volta de comboio custa cerca de 10€. Nara é um sitio mágico.
Tem como principais sítios a visitar o santuário Xintoísta - Kasuga Taisha. O templo budista de Todajii e…veados, muitos veados que andam livremente pelos parques da cidade e pelo santuário xintoísta.
Pouco depois de sairmos da estação, no percurso de taxi até ao santuário, começamos a ver veados nos muitos parques da cidade. Mas assim, sem qualquer vedação e a andarem mesmo junto às pessoas. No inicio até ficamos baralhados com o cenário. E são muitos mesmo muitos. O Toshio disse-me que são cerca de 1.200. Eu era capaz de jurar que são muitos mais.
Depois do meu espanto inicial transformado rapidamente em excitação para poder estar perto dos bichos chegámos, em 5 minutos, ao santuário. É um lugar místico. Foi fundado no século 8º e reconstruído várias vezes. A grande maioria do povo japonês frequenta também os locais xintoístas como budistas. Complementam-se segundo os locais. O tempo estava fresco e húmido. Fez-me lembrar Sintra, nas caminhadas de inverno. Os veados, dois terços são fêmeas, andam também por aqui. Este Santuário também conhecido pelas milhares de lanternas que tem. Existem vários tipos. Muitas de pedra, algumas com muitas centenas de ano e muitas outras de metal, banhado a ouro que com o passar dos anos perde a cor do ouro e passa a ter a cor do metal. Estas lanternas estão espalhadas ao longo dos vários edifícios. Há umas dezenas atrás as lanternas eram acesas todos os dias. Hoje em dia, dada a quantidade, são acessos somente em dias específicos. Estas lanternas são doadas por particulares e empresas. Cada uma custa cerca de 6.500€. E acreditem, são milhares espalhadas por todo o espaço do santuário.
Saídos do santuário continuamos a pé até ao templo budista de Todajii. Este templo tem o maior edifício de madeira do mundo. Para chegarmos a este edifício passamos por dois pórticos, igualmente de um tamanho anormal e por jardins impecavelmente tratados. Este templo é já a terceira reconstrução. Os dois outros eram bem maiores tendo o segundo já sido mais pequeno e o que hoje existe somente tem 50% do tamanho do segundo e mesmo assim é o maior edifício em madeira do mundo. Impressiona quando o vimos pela primeira vez. Este é o templo budista mais importante do Japão. Como todos os locais que visitamos está cheio de turistas como nós. Lá dentro, depois de subirmos uma escadaria, temos como primeira visão um Buda com 15 metros de altura. Impressiona. Também é interessante ver as maquetes dos 3 templos que existiram neste local e perceber a escala de cada um deles.
Mais umas pequenas voltas e ainda almoçámos em Nara. É uma cidade com uns 350 mil habitantes. No restaurante, na mesa atrás, uns tugas do Porto. No fim do almoço desejei-lhes umas boas férias. Tal como em todo o Japão existem muitos, mesmos muitos restaurantes em Nara. É irem andando e verem o que lhes apetece.
A viagem de comboio de volta a Quioto ainda tinha mais uma paragem e uma paragem também muito aguardada. A visita a outro importante santuário xintoista, em Inari, já dentro de Quioto. Santuário Fushimi Inari e que é famoso pelos milhares de Toris - são os pórticos que identificam um local xintoísta. Para impressão é…” devia mesmo ter trazido uma caçadeira para afugentar tanto, mas tanto turística”. Mas como sou pacifico e nem força tenho para pegar numa pistola, quanto mais numa caçadeira, lá fui subindo até ao Santuário. As Toris existem por todo o espaço que vai até ao cimo da montanha. Nos vários percursos existentes existe o dos mil Toris. Neste caminho passamos por baixo deste toras todos. O santuário cada vez tem mais toras pois os toros são doados. São em madeira e pintados de laranja e com a indicação da data e de quem fez a doação. Sitio que vale mesmo a pena visitar.
Já em falência técnica, e depois de chegados à estação de Quioto ainda mais umas voltas pela estação. A estação é enorme, gigante, com centro comercial e não deve ter menos de 30 andares. Lá em cima temos uma vista sobre toda a cidade. Também tem uma escadaria que vale a pena visitar à noite. O dia acabou pela avenida mais importante e movimentada de Quioto. Impressiona o numero de lojas, de pessoas, de todo o movimento. Quase sem me conseguir mexer, mas a vibrar com aquilo tudo. Depois foi jantar e descansar. O meu corpo suplicava-me por uma caminha boa.


















Comments