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Dia 2 | 19.04.2025 | Planeta Japão

  • Foto do escritor: Luis Bernardes
    Luis Bernardes
  • 22 de abr.
  • 6 min de leitura

Filas. Os japoneses são formatados desde muito cedo para serem ultra-civilizados, obedientes, respeitadores. Esta característica percebe-se logo nos primeiros “minutos ode jogo”. É impressionante bastam duas pessoas numa lanchonete a vender cachorros e mesmo só dois já estão em fila. Ao passar na rua, sábado, por volta das 10 já havia filas em várias ruas mas de inicio não percebia onde começaram e onde acabavam.


Primeiro achei que estavam a vender um novo telemóvel, jogo, qualquer coisa que faz as pessoas estarem horas em filas. Depois percebi que eram frente a todo o tipo de lojas e lá por fim percebi que estavam à espera que as lojas abrissem. Simplesmente isso. Mas as filas têm uma lógica um pouco diferente. Não fazem fila direta à entrada da loja, ficam em paralelo.

Simplesmente estavam em filas mais ou menos numerosas a aguardarem a abertura de lojas perfeitamente normais. Noutro tipo de locais, como museus, templos, etc há sempre alguém com uma placa indicando onde é o fim da linha, vá alguém perder-se :).


E este foi o primeiro dia completo em Tóquio. Hora de levantar, 08h:30´. Hora a que acordei… 4 da manhã. Este jet leg anda-me mesmo a chatear. Bem, pouco depois das 07:00 acabei mesmo por levantar-me. O dia estava cinzento mas com uma temperatura maravilha para caminhar.


A “nossa casa” em Tóquio é o Hotel Candeo Roppongi Tokyo. Hotel impecável e com pequeno almoço simples, mas com todo o que é necessário. Recomendo. Tomado o pequeno almoço era hora de começar a conhecer a cidade. Objetivos do dia: Templo de Azakusa, Bairro de Akihabara, Templo / jardim Meji, bairro Harajuku e Shibuya. Não entrem em pânico com os nomes. Eu já explico um de cada vez :).


Para a primeira deslocação - do hotel para Azakusa - fomos de taxi (16€). Com pequeno almoço, tratar da logística mais viagem já passava ou pouco das nove da matina. Estava com algum receio da multidão pois tinha a indicação que sendo o templo mais famoso de Tóquio estava sempre sobrelotado e ainda por cima estamos na época das cerejeiras em flor.


Este Templo, no bairro de Asakuza tem o nome de Sensō-ji. É o templo budista mais antigo e um dos mais importantes de Tóquio. Foi fundado no ano 645 e é dedicado à deusa Kannon, a divindade budista da compaixão.


Tem um edifício central e depois vários edifícios à sua volta. Todos impecavelmente conservados. E com pequenos jardins lindos, perfeitos. Em algumas partes de alguns dos edifícios para entrar é necessário pagar. Esses sítios são os locais para rezar. Pouca gente entra, pois hoje em dia, embora, este Templo seja muito importante para a religião budista, na sua maioria, são frequentados por turistas. Esta é uma parte mais antiga da cidade, com algumas ruelas mais características embora tirando os templos poucos vestígios existem de seja o que for com mais de 50 anos. Os japoneses gostam de tudo o que é NOVO. Eu mais tarde volto a este tema.


Próxima paragem, Bairro de Akihabara, o bairro do Anime, jogos de consolas e tudo o que anda à volta destas coisas da banda desenhada. A zona mais frequentada e conhecida do bairro é conhecida por Eletric City.


Aqui pouco depois das 10h:30 já muitas filas se faziam para as lojas mais banais que possam imaginar. Para aqui chegar optámos pelo metro. Achar que é logo ali e se vai a pé de um bairro para o outro, mesmo quando o mapa nos mostra que é logo ali ao lado pode ser fatal para as nossas pernas. O melhor é fazer as deslocações de metro - muito barato e eficaz - e depois sim explorar o bairro caminhando tranquilamente. Acreditem, vão na mesma fazer muitos km´s.


Neste bairro já começamos a ver muita gente vestida ao estilo dos desenhos animados Anime. Este estilo de vestir e que não é uma imitação de uma personagem de banda desenhada em concreto, designa-se de estilo Harajuku, bairro que vamos mais daqui a pouco.


Está cheio de salas de jogos. Lojas a vender cartas de Pokémon e outros Magics que não domino. As lojas têm vários andares com escadas minúsculas e bem íngremes. Vendem-se playstations antigas, nintendo´s com mais de 30 anos, noutros pisos jogam-se em máquinas Arcade, como fazíamos nos anos 80 iniciou dos 90, do século passado. Muitos americanos por este sítios.


Também muitas lojas de eletricidade, mas daquelas que existiam em Portugal há muitos anos atrás. Vendem disjuntores, quadros elétricos do século passado. Já deu para perceber que o Japão é ultra desenvolvido em tecnologia mas ainda tem este lado retro e que se vê em muitas coisas do dia a dia. Estas lojas mais antigas só aceitam dinheiro. Foi a primeira vez que usei dinheiro fisico. Tive de comprar uns adaptadores. Aqui as entradas das fichas são iguais ao dos Estados Unidos e tive de comprar mais uns quantos para a tecnologia toda que trouxe. Cada adaptador, mesmo muito simples, não chegou a 1€.


À medida que vamos chegando mais perto da hora de almoço as ruas começam a encher-se de gente. É um passeio interessante ver este mundo muito japonês. Se tiverem oportunidade de vir ao final da tarde com os néons a darem uma atmosfera ainda mais mágica a este sitio.


Almoçámos pelo bairro.O restaurante foi outra experiência. Pedimos a comida num tablete e passados uns minutos veio um robot trazer-nos a comida. O problema foi que o robot não se ia embora. Bem lá carreguei num botanito qualquer e o robot lá foi à sua vida. Foram 20€ pelo dois. Existem muitos restaurantes com preços acessíveis.


Mais umas voltas pelo bairro, comprada pomada e uns pensos para as queimaduras do braço e fomos até Harajuku. Este bairro é conhecido pela vanguarda na moda, arquitetura de alguns dos seus edifícios e pelo enorme, gigante parque - Meiji Jingu. A saída de metro é mesmo junto a uma das entradas do parque. Vale muita a pena visitar este enorme espaço. De repente entramos noutro mundo, sem o barulho da cidade. Só ouvimos mesmo o som dos corvos.


No centro do jardim temos um templo, construído em 1920, em honra do Imperador Meiji que teve um papel muito relevante na modernização do Japão. Foi dele a decisão de terminar com o regime feudal. A entrada no parque é livre. É também um dos sítios para se ver as cerejeiras em flor.


Seguimos para a rua mai9s conhecida de Harajuku.  Completamente apinhada de gente. Muitas lojas de roupa, restaurantes e cafés com animais. Cafés com cães, gatos e porcos, assim mais mini porcos. É mesmo assim, estes cafés têm os animais e as posas vão lá tomar qualquer coisa e lá dão umas festitas e alimentam os bichos. Já percebi que aqui neste planeta têm muitos cafés destes.


Foi por estas ruas que começou o estilo Anime de vestir. Principalmente miúdas, mulheres e este estilo de vestir ou de vida mesmo continua até hoje.


Por esta zona também existem grandes avenidas com as marcas de luxo por todo o lado. E fomos dar ao ultimo destino do dia. Shibuya. É aqui que fica o famoso cruzamento em que atravessam  ao mesmo tempo peões em 5 direções diferentes. Antes disso uma volta por várias ruas. Nestas ruas há uma vibração, que quase chegamos a sentir adrenalina tal é o movimento, as luzes, o trânsito, muito giro.


E chegamos ao famoso cruzamento. Aquilo impressiona. São milhares de pessoas em cada lado da passadeira à espera que mude o sinal para verde. No segundo que passa a verde é ver aquela multidão a correr para o meio, a parar para tirar uma selfie, a andar para trás, para o lado, confusão total.


Dica, depois de passaram o cruzamento, pois obviamente temos de passar o cruzamento que sempre fica no Curriculum, sobem ao Starbucks, e têm uma vista espetacular do cruzamento. Aí dá para ver o caos que é os turistas todos em perfeita e absoluta anarquia. Os locais ficam loucos. Os automóveis apitam pois há sempre alguém na passadeira já com o sinal vermelho. Hoje é mais uma atração turística que outra coisa. Mas toda esta zona de Shibuya vale a pena. Os néons são incríveis a atmosfera é mesmo gira.


E chegou o momento da noite e talvez mesmo do dia :). Jantar no Gonpachi. Cadeia de restaurantes que ficou famoso por ser gravada uma cena de pancadaria no filme do Tarantino - Kill Bill. Mas esta cena é no restaurante no bairro de Rippongi e não aqui por Shibuya. Anunciei a meio mundo que ia jantar ao da cena do filme. Marquei à meses, comecei a pesquisa à mais de 1 ano. Resultado marquei no sitio errado. Mas, a experiência foi muito boa. A atmosfera destes restaurantes é do melhor. Qualquer um deles vale a pena. Este, fica num 14º andar. Sempre com a app dos mapas da apple, doutra forma seria difícil de lá chegar. Google maps também é uma boa opção.


Grande vibe, grande ambiente tem o restaurante. Recomendo. Por duas pessoas foram 34€. Outra surpresa boa. Tive receio que fosse bastante caro, nada disso. E ficou feito o dia. Regresso de metro, sempre a melhor opção em Tóquio.





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