Dia 1. 18.04.2025 - Planeta Japão
- Luis Bernardes
- 20 de abr.
- 3 min de leitura
Em abril de 2024, pela primeira vez, publiquei crónicas de viagem, durante a viagem. Escrevi todos os dias, sem falhar, como alguns de vocês bem sabem :).
Passado um ano, algumas viagens pelo caminho e cá estou novamente de volta às minhas crónicas. Desta vez será uma viagem a outro planeta. Ao planeta Japão. Para aqui chegar não viemos de nave espacial, mas numa nave muito especial. O A380 800 da Emirates. O maior avião de passageiros do mundo. Sendo mais preciso foram dois voos. Primeiro de Lisboa ao Dubai e a acrescentar a essas sete horas de voo foram mais 09:10” para o percurso Dubai, Tóquio.
Já começa a publicação com dois dias de atraso. O jet leg bateu forte, mas a ver se amanhã já começo a recuperação dos dias de atraso.
Vinte horas depois aterrámos no Planeta Japão. Aterrámos…plural, esta viagem será com o meu filho Gonçalo. O Francisco, filho mais velho, ficou a voar, mas mais baixinho e mais para os lados de Tires.
Planeta Japão será então o título desta viagem. Desde que comecei a falar desta viagem a amigos e conhecidos, muitos dos que já aqui estiveram me disseram que é outro mundo. Tudo é diferente. Não é comparável com nada. Veremos então se Imperadores, Shoguns, Ninjas e Animes são merecedores deste título.
Aterrámos às 17h:20´. Dez minutos antes do previsto o que é sempre bom. Para quem me conhece minimamente sabe que viagem sem peripécias não é viagem. Normalmente começam logo desde a partida. Desta vez foi um objecto que perdi durante o voo e o braço que ficou num estado não muito bonito depois de entornar um copo de chá a ferver. A hospedeira foi rápida e lá sacou de uns cubos de gelo dentro de uma luva de plástico. Sempre minimizou as dores. Ainda consegui dormir umas 3 horas.
Como já sabia o inglês não é o forte deste povo. Na viagem de 1 hora do aeroporto até ao hotel tentei fazer conversa com o motorista. Eu normalmente até de uma pedra consigo arrancar umas palavras. Aqui o nosso motorista à terceira vez que me disse yes, percebi que não entendia nada do que eu dizia. Resolvi então remeter-me ao silêncio, o que para mim é uma penitência daquelas mesmo duras, mas estamos na Páscoa 🐣, faz sentido a penitência.
A “casa” escolhida para passar estes dias de Páscoa é o Hotel Candeo Roppongi Tokyo. Tudo impecável, check in rápido e eficiente, correio entregue com os bilhetes do Comboio Bala, por aqui conhecido por Shinkansen Train. O bala é mais para consumo externo.
Tudo somado pouco depois das 20h:00 já eram horas de iniciar a aventura. Objetivo, escolher um restaurante nas redondezas do Hotel - Bairro de Roppongi - descomprimir e ir descansar pois as 20 horas de viagem deixaram as suas mossas. O restaurante escolhido foi banal, sem história para contar.
Nesta voltinha já deu para constatar que nas ruas não existem caixotes do lixo, mas também não existe lixo. Esta decisão de não existirem caixotes do lixado foi tomada depois do famoso ataque com gás Sarin feito no metro de Tóquio, em 1995, pelo líder da seita Shinrikyo - Shoko Asahara. Não morreram todos, como diria o José Rodrigues dos Santos, mas ainda morreram 13 pessoas e milhares ficaram feridos. Numa cidade com mais de 20 milhões de habitantes é obra.
Também deu para perceber que devemos andar pela esquerda, seja na rua, nas escadas do metro. Mas não se preocupem em decorar estas regras. Quando aqui vierem vão ter avisos por todo o lado. Mais umas quantas coisas deu para perceber mas logo falaremos durante a viagem.
Aqui pelo bairro de Roppongi, temos uns arranha-céus com alguma dimensão. A Mori Tower, recente e ainda não muito usada pelos turistas é uma boa alternativa para ver as vistas da cidade. Também tem um museu de Arte Moderna interessante. E toda a zona da imensa torre é interessante.
Voltinha feita e o longo dia que começou a 17 finalmente terminou a 18.
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